Joinville pode dar um passo importante para o Estado de Santa Catarina banir o uso do amianto, mineral comprovadamente prejudicial à saúde. A vereadora Tânia Eberhardt (PMDB) trouxe à Câmara Municipal as discussões sobre a necessidade de se barrar a compra de produtos fabricados com amianto para as obras de administração direta ou indireta da municipalidade.
A Abifibro - Associação Brasileira das Indústrias e Distribuidores dos Produtos de Fibrocimento - apoia a iniciativa da vereadora e espera que o governo estadual também avance nas discussões sobre o assunto.Para João Carlos Duarte Paes, presidente da entidade, é importante que Santa Catarina siga o exemplo de seu vizinho, Rio Grande do Sul, e de mais três Estados (São Paulo,
Pernambuco, Rio de Janeiro) que já proibiram o uso, a comercialização, o transporte e o manuseio deste mineral em seus territórios. "Confiamos que estes esforços resultarão no futuro numa legislação nacional, como já ocorre em mais de 60 países, inclusive Argentina, Chile e Uruguai.", assinala Duarte Paes.
Recomendação da OMS: A proibição nestes países segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que reconhece que todos os tipos de amianto causam doenças como asbestose, mesotelioma e câncer de pulmão e não há limite seguro para a exposição humana a estes minerais. Todas as fibras do amianto estão classificadas pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), braço direito da OMS, como altamente cancerígenas.Tecnicamente, o Brasil já conta com tecnologia e matérias primas como o Polipropileno (PP) e Poli Álcool Vinílico (PVA), não carcinogênicas (segundo a OMS), analisadas e aprovadas pelo Ministério da Saúde, para substituírem o amianto nos produtos de fibrocimento. "Adotar produtos com fibras alternativas, já certificadas, é um passo importante para tornar as construções brasileiras mais sustentáveis", explica o executivo da entidade