Qual a função de um espetáculo de futebol? Não seria
o entretenimento de todos? Não seria um campeonato organizado, um meio
onde todos saíssem ganhando?
Os clubes, com possibilidades de títulos e com a arrecadação das bilheterias. As federações com as partes que
lhe coubessem das bilheterias e explorações publicitárias.
Os atletas com os seus salários e com a valorização dos seus
passes podendo atuar em clubes de maior expressão em seguida.
Mas para que isso pudesse acontecer de forma justa e correta, não
seria necessária uma equivalência de atuações?
Vemos no país uma confederação que se enriquece a cada campeonato,
se diz cuidar do futebol, mas que se exime de qualquer responsabilidade.
Na partida entre Goiás e Joinville no último domingo, as equipes
foram a campo para jogar às 11 horas em pleno serrado sob forte sol e o forte
calor de Goiânia. O termômetro do Estádio Serra Dourada marcava 44 graus
durante a partida.
O time do Goiás, atletas que residem na cidade e estão acostumados com o clima, entrou sozinho no campo, pois o Joinville não teve
como jogar.
A equipe do norte de Santa
Catarina vive numa cidade onde a umidade relativa do ar tem em média 80%. Durante
a partida em Goiânia ela chegou a 8%. Qual ser humano pode praticar esporte
nessa condição?
A mesma CBF que esbraveja quando sua seleção tem que jogar nos
altos estádios nas cidades da Cordilheira dos Andes e não mede esforços para
protelar jogos, tenta argumentar na tentativa de se trazer o jogo da ‘seleção canarinho’ para estádios onde
possa haver maior ‘igualdade’ entre
as equipes. Essa, é a mesma CBF que faz vistas grossas quando o mesmo caso
acontece dentro dos limites de jurisdição.
Era óbvio que os atletas do Joinville não conseguiriam sequer
correr. Não houve nem mesmo sensibilidade por parte da CBF e do trio de
arbitragem em permitir uma parada técnica a mais para que os atletas pudessem
se hidratar.
Até quando teremos à frente do futebol brasileiro pessoas que não dão
a mínima para com a integridade física dos atletas? Vamos precisar que mais um Serginho
morra no exercício do seu trabalho para que a cúpula da CBF enxergue que é
preciso mudar.
Ah, Corinthians, Flamengo, São Paulo, Palmeiras, Grêmio,
Internacional, Santos, Atlético/MG e Cruzeiro não jogaram em Goiás em dia de
sol escaldante às 11 horas. Bom, o que esperar de um presidente que foge de um
compromisso oficial da entidade para não ser preso?