terça-feira, 14 de junho de 2011

Novo filme corintiano mostra polêmicas sobre título de 2005

Mais novo filme do Corinthians, 4x Timão: A conquista do Tetra, que trata dos quatro títulos brasileiros do clube, chegará às lojas apenas em 3 de agosto, mas a pré-estreia do documentário foi realizada nesta segunda-feira, em um cinema da capital paulista. Ressaltando as conquistas da equipe, o filme, porém, não deixa de tratar de temas polêmicos relacionados ao campeonato de 2005.
Para contar a história de cada uma das conquistas em linhas narrativas independentes, o diretor Di Moretti (o mesmo de 23 anos em 7 segundos) elegeu quatro jogadores protagonistas: Neto (1990), Dinei (1998), Marcelinho Carioca (1999) e Betão (2005). "No roteiro, tivemos a ideia de tentar identificar um jogador para cada título e achamos claramente", disse, antes da exibição do longa-metragem de 80 minutos para um público de aproximadamente 200 convidados.

Apesar de o filme obviamente ressaltar os feitos corintianos, a polêmica em torno do título de 2005, ano em que o Campeonato Brasileiro teve jogos remarcados (ou disputados novamente) por conta da descoberta de corrupção na arbitragem, não foi deixada de lado. Mesmo que de maneira rasa, ela é trazida à tona por algumas das pessoas que estavam naquela campanha.

"Nós já fomos beneficiados e prejudicados pela arbitragem", resume Andrés Sanchez, em depoimento ao filme. "Quando o árbitro erra a nosso favor, nós ficamos contentes. Quando erra contra nós, queremos matá-lo", acrescenta o agora presidente, que na época era vice de futebol.

Naquela ocasião, além de o Corinthians ter tido a oportunidade de vencer adversários sobre os quais anteriormente não havia triunfado, sua campanha ainda gerou polêmica em virtude do jogo contra o Internacional, quando o volante colorado Tinga teria sofrido pênalti do goleiro Fábio Costa, o que poderia ter dado a vitória e, mais tarde, também o título ao clube gaúcho.

"Achei que o Fábio (Costa, então goleiro do Corinthians) tocou (no Tinga)", conta o zagueiro Betão, que não quis nem olhar para o árbitro Márcio Rezende de Freitas com receio de que ele pudesse assinalar a infração. "Quando vi que ele não tinha dado nada, falei 'meu Deus, que benção, esse ano vai ser nosso'".

A parceria com a MSI, fundo de investimento suspeito de negócios ilícitos - como lavagem de dinheiro e formação de quadrilha -, é outro assunto abordado, mas igualmente não a fundo. Esse teria sido um dos motivos pelo qual Betão, revelado nas divisões de base do clube, tenha feito o papel do argentino Tevez - uma das estrelas contratadas pela parceira e que se tornou a principal figura do título de 2005, deixando saudade em grande parte da torcida corintiana.
"Não esperava ser o protagonista de 2005 no filme, até porque naquela época o time tinha muitas estrelas. Nunca me considerei ídolo, muito menos um craque, mas eu sempre vesti a camisa do Corinthians com muito respeito", admitiu o defensor, hoje no Dínamo de Kiev, da Ucrânia.