terça-feira, 13 de novembro de 2012

Elenco de 2012 recoloca a atenção do país sobre o Joinville

Time deu alegrias à Arena Joinville, mas não alcançou outra subida (Foto: Leandro Ferreira / Futura Press)
Walter, Nardela, João Carlos Maringá e outros fizeram do Joinville campeão catarinense por oito vezes consecutivas. Eles e mais jogadores fizeram o time do norte de Santa Catarina conhecido no Brasil entre as décadas de 1980 e 1990. Coube uma nova geração mostrar que o JEC pode voltar à boca de quem acompanha o futebol nacional. Ivan, Eduardo, Glaydson e Lima tentaram recolocar o time no páreo entre os gigantes do Brasil. Esteve perto da elite. A pontinha de decepção vira uma fagulha no peito do torcedor que teve o sentimento de grandeza com seu time. Não deu, mas foi bom.
Torcedores que viram a máquina pilotada por Nardela tiveram o gosto da nostalgia, de ver o JEC bater de frente com clubes de mais expressão. Os mais jovens enxergaram o reflexo daqueles atletas em guerreiros que até de camisa laranja estiveram em campo. O Joinville consolidou o seu renascimento em 2012. Uma atuação sólida para fazer, pelo menos, frente na Série B do Campeonato Brasileiro e o tricolor ter no peito a esperança que pode ser ainda melhor. Não foi apenas um sonho. Era o início dele. Ou a continuidade daquele que nasceu a partir da Série D de 2010.
O sonho foi forjado de pesadelo logo na primeira rodada, de fogo. O Atlético-PR foi anfitrião ingrato na festa da Arena Joinville: 4 a 1. É que as celebrações estavam reservadas para pouco depois. Foram avassaladoras. Em quatro partidas, o JEC saiu com pontos nas vitorias sobre Guarani, Avaí, ASA e no empate com o Ceará – da 3ª a 6ª rodada. Sequência que catapultou o clube para as primeiras colocações e fez nascer um desejo: o terceiro acesso seguido. Da Série D à elite, sem escalas, em apenas três anos.


Mas a segunda divisão vitima eufóricos. Faz o doce virar amargo na fração de 90 minutos. Nem todos os recantos do Brasil têm o calor que a Arena Joinville emana ao time. O estádio reconfortava os jogadores, e vice versa, dos tropeços fora com placares nababescos, como o 4 a 0 sobre o Barueri(9ª rodada) e o 6 a 0 sobre o Ipatinga (11ª rodada) – entre os maiores do campeonato. Mas derrotas inexplicáveis também tiravam o fôlego do torcedor. Como na 12ª rodada. Em Alagoas, terra do lateral-direito Eduardo. O Joinville chegou a fazer três no CRB, mas voltou para Santa Catarina com um 4 a 3 adversoNeste momento há de se pesar que dois dos destaques da equipe já haviam deixado o Joinville, o meia Alex e o volante Fabiano Silva. O técnico Leandro Campos reconstruiria o time, embora ficasse claro que a cada baixa era preciso um tempo maior para que o time encaixasse como antes. Mas nada melhor do que perimitir o torcedor esqueça das saídas com cinco vitórias seguidas, fazendo valer o fator Arena Joinville e mandando bem fora de casa. Na 13ª rodada começou o ponto alto do time na Série B. A vitória magra por 1 a 0 sobre o América-RN em Joinville se tornaria farta pelo 2 a 0 sobre o América-MG, logo depois. Porém um dos triunfos inesquecíveis do rol de mais de 15 no campeonato foi o 3 a 1 sobre o Criciúma (veja o vídeo logo abaixo). O clássico foi mais uma prova da sinergia afinada entre campo e arquibancada. Em pé de igualdade com o fruto que viria no jogo seguinte. O 3 a 0 sobre o Guaratinguetá colocou o JEC pela primeira vez no G-4omo não criar expectativas diante da situação e ter mais um jogo dentro de casa? Na 17ª rodada foi o 1 a 0 sobre o Bragantino que colocou o Joinville na posição mais alta que alcançou na Série B, o terceiro lugar. Cairia após o jogo seguinte (derrota para o então líder Vitória na Bahia), mas teria a posição por mais três rodadas, no fechamento do turno com o 1 a 0 sobre o Goiás e o empate diante do Atlético-PR. Viriam pequenas frustrações e a ligeira queda que fez com o JEC se arrastasse pela luta desenfreada de voltar ao G-4, porém não saindo de sua margem. Tiago Real foi para o Palmeiras e provocou a terceira baixa importante no elenco durante a competição. O time demorou a se reencontrar. Empatou sem gols com o ABC na Arena e perderia um jogo nos acréscimos para o Guarani. Ainda haveria um arroubo na tabela ao vencer o outro clássico com o Avaí (1 a 0 e delírio na Arena com o quarto lugar). Porém, a batalha pela zona de acesso à primeira divisão já parecia um roteiro escrito com tintas vermelhas, pretas e brancas: beirar o G-4 e fazer do desejo de alcançar o acesso a motivação de cada dia. Os resultados adversos fora de casa eram compensados com a força da Arena Joinville. Como no angustiante 4 a 3 para o Ceará no Presidente Vargas – em que Ivan se tornaria uma espécie de mártir – que levaria ao 3 a 1 sobre o Paraná, na 26ª rodada. O empate em 1 a 1 com o Barueri, duas rodadas depois, tornou-se uma curva fora da reta, já que o rival estava em baixa e faria do confronto direto com o São Caetano uma prova cabal. A igualdade sem gols refez do sonho de chegar à Série A uma possibilidade menor quanto parecia no início do campeonato. Mais doloroso seria a derrota por 1 a 0 para o IpatingaCaiu o técnico Leandro Campos e transformou a esperança de enfim alcançar o G-4 em um fio. Agarrado a ele também esteve o interino Marcelo Serrano. O Joinville manteve-se à feição do segundo turno que parecia fadado. Subiu de produção, mas não conseguiumudar a sina. O time pontuava em casa, mas não chegava na sequência de vitórias que lhe propiciaria uma arrancada e elevação na tabela. A esperança cresceu com a segunda vitória sobre o rival Criciúma. Porém, a luta pelo G-4 teria seu fim decretado em questão de algumas rodadas. O 1 a 0 em favor do Bragantino, na 36ª rodada, se incumbiria de apresentar a bandeira quadriculada que sinalizava o fim de uma corrida de perseguição. Justamente quando Artur Neto assumiria o comando da equipe logo depois, já de olho no próximo ano. O Joinville não alcançou. Mas a tristeza por não poder festejar algo que parecia tão próximo,como foi até palpável algumas vezes, se dissolve no sentimento do torcedor tricolor. Os antigos viram em campo versões próximas de Walter, Nardela e João Carlos Maringá. Os jovens terão na memória o que foram capazes os rapazes de 2012 e esperam por mais Ivans, Eduardos e Limas.
Fonte: http://globoesporte.globo.com/futebol/times/joinville/noticia/2012/11/elenco-de-2012-recoloca-atencao-do-pais-sobre-o-joinville.html