sexta-feira, 11 de abril de 2014

Crise aberta: Desempenho fraco pode tirar Alonso da Ferrari de graça

O gesto surpreendente de Fernando Alonso, domingo, no momento da bandeirada do GP de Bahrein, não deve ser visto como um episódio isolado. O espanhol campeão do mundo de 2005 e 2006, pela Renault, levantou o braço e celebrou, sarcasticamente, o nono lugar, a 32 segundos do vencedor, Lewis Hamilton, da Mercedes. E não fosse a entrada do safety car essa diferença para Hamilton teria sido muito maior.
Regularmente, Alonso vem emitindo sinais de descontentamento profundo com o time italiano, onde chegou no fim de 2009. O clímax desse desgaste ocorreu no GP da Hungria do ano passado. A Red Bull, equipe que vencia tudo, substituiria o companheiro de Sebastian Vettel, o australiano Mark Webber. E o empresário de Alonso, o espanhol Luis Abad, procurou, sem preocupação em ser discreto, Christian Horner, diretor da Red Bull, para nada menos do que oferecer seu piloto.
No mesmo GP, depois da corrida, Alonso pela primeira vez desferiu críticas sérias aos homens da área de projeto da Ferrari, coordenado pelo grego Nikolas Tombazis, claramente expressando a perda de confiança na sua capacidade de produzir um carro vencedor. O presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, o chamou para uma reunião no dia seguinte, em Maranello, e lhe deu uma cartilha. Nela constava os pré-requisitos para se manter piloto da Ferrari.
A ordem era bem clara: não mais criticar publicamente o grupo italiano. Alonso foi obrigado a acatar, caso contrário, por maior que seja sua importância para a Ferrari, seria dispensado por justa causa, como ocorreu com Alain Prost, em 1991, em pleno campeonato e pelo mesmo motivo. Prost definiu sua Ferrari, a F1 642, como um "caminhão".
Alonso ganhou de presente para este ano também um companheiro que se pudesse jamais escolheria, o capaz Kimi Raikkonen. Foi outra mensagem de Montezemolo ao espanhol para mostrar quem manda na Ferrari.
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