Se temos entre nossos familiares ou amigos próximos algum protestante, é muito provável que alguma vez nos disseram que nós católicos estamos errados por adorarmos imagens. É normal que, com a melhor intenção do mundo, mas com muito desconhecimento das Escrituras, esta pessoa nos tenha mostrado aquela famosa passagem em que Deus “proíbe” a construção de imagens.
“Não farás para ti escultura, nem figura alguma do
que está em cima, nos céus, ou embaixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da
terra. Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto. Eu sou o
Senhor, teu Deus, um Deus zeloso que vingo a iniqüidade dos pais nos filhos,
nos netos e nos bisnetos daqueles que me odeiam”.
Voltaremos nesta passagem mais tarde,
já que queremos focar em um fato curioso em que os protestantes deixaram
passar: Deus mandou fazer imagens!
Temos aqui 4 ocasiões em que Deus
mandou fazer imagens:
1) Éxodo 25, 16-22
“Porás na arca o testemunho que eu te
der. Farás também uma tampa de ouro puro, cujo comprimento será de dois
côvados e meio, e a largura de um côvado e meio. Farás dois
querubins de ouro; e os farás de
ouro batido, nas duas extremidades da tampa, um de um lado e outro de
outro, fixando-os de modo a formar uma só peça com as extremidades da
tampa. Terão esses querubins suas asas estendidas para o alto, e
protegerão com elas a tampa, sobre a qual terão a face inclinada. Colocarás a
tampa sobre a arca e porás dentro da arca o testemunho que eu te der. Ali
virei ter contigo, e é de cima da tampa, do meio dos querubins que estão
sobre a arca da aliança, que te darei todas as minhas ordens para os
israelitas.”
2) Números 21, 8-9
“E o Senhor disse a
Moisés: ‘Faze para ti uma serpente ardente e mete-a sobre um poste. Todo o que
for mordido, olhando para ela, será salvo.” Moisés fez, pois, uma serpente
de bronze, e fixou-a sobre um poste. Se alguém era mordido por uma serpente e
olhava para a serpente de bronze, conservava a vida.
3) I Reis 6, 23-27
“Fez no santuário dois
querubins de pau de oliveira,
que tinham dez côvados de altura. Cada uma das asas dos querubins tinha
cinco côvados, o que fazia dez côvados da extremidade de uma asa à extremidade
da outra. O segundo querubim tinha também dez côvados; os dois tinham a
mesma forma e as mesmas dimensões. Um e outro tinham dez côvados de
altura. Salomão pô-los no fundo do templo, no santuário. Tinham as asas
estendidas, de sorte que uma asa do primeiro tocava uma das paredes e uma asa
do segundo tocava a outra parede, enquanto as outras duas asas se encontravam
no meio do santuário.”
4) I Reis 7, 28-30
“Eis como eram feitas essas bases:
eram formadas de painéis e enquadradas de molduras. Nos painéis
enquadrados de molduras, havia leões, bois e querubins,
assim como nas travessas igualmente. Por cima e por baixo dos leões e dos bois
pendiam grinaldas em forma de festões. Cada base tinha quatro rodas de
bronze, com seus eixos de bronze, e nos quatro cantos havia suportes fundidos
que sustinham a bacia, os quais estavam por baixo das grinaldas.”
Então…
e a famosa passagem de Êxodo 20, 4-5?
Dizem que aquilo que é dito fora de
contexto vira contexto. Então, vamos analisar o contexto dessa passagem. Em
primeiro lugar notemos que esta suposta proibição está no capítulo 20 de Êxodo;
no entanto, 5 capítulos depois vemos Deus mandando construir querubins de ouro.
Se deram conta? O mesmo Deus que a princípio supostamente proibiu construir imagens do
que há “acima no céu”, agora manda fazer estátuas de querubins, criaturas do
céu. Isso se deve porque quando Deus proíbe as imagens, o faz com um fim: Ele
conhecia o povo ao qual se dirigia e sabia que poderiam construir uma imagem e
dizer “esta imagem é o meu deus”.
De fato, isso ocorreu com Israel; construíram um bezerro de ouro para adorá-lo
e disseram ‘Este é o Deus de Israel, aquele que nos fez sair do
Egito.” (êxodo 35,4).
A diferença é que as imagens que Deus mandou construir, assim como as
imagens que os católicos usamos nas nossas Igrejas, servem como um sinal
que nos apontam a Deus, nunca são consideradas deuses. Até a imagem mais linda de nosso Senhor sempre será
apenas uma representação e nunca o próprio Deus.