quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Acidentes aéreos aumentam 22% em 2010

Acidente com Boeing da Air India foi o pior do ano, matando 158 pessoas. O número de acidentes aéreos fatais aumentou 22% no mundo em 2010, com 28 ocorrências contra 23 do ano anterior, segundo levantamento feito por uma consultoria.
O estudo realizado pela empresa britânica Ascend indica que a média de acidentes fatais aumentou de um para cada 1,3 milhão de voos em 2009 para um em cada 1,5 milhão no ano passado.
O número de mortos em desastres aéreos também teve alta, passando de 731 em 2009 para 828 em 2010, um aumento de 13%. Já o número de acidentes fatais envolvendo voos comerciais de passageiros quase dobrou de um ano para o outro: foram 19 casos em

2010, com 726 mortes, contra 10 em 2009, somando 609 vítimas.
Embora considere os dados 'decepcionantes', a Ascend afirma que a segurança em voos está aumentando. Segundo a consultoria, a média de acidentes fatais na última década ficou em um para cada 1,2 milhão de voos, contra um em cada 700 mil durante os anos 1990.
De acordo com o estudo, o período entre 2001 e 2010 teve cem acidentes aéreos fatais a menos do que na década anterior, além de uma média de mortes por ano menor (794, contra 1.128 nos anos 90).
O pior acidente aéreo de 2010 foi a queda de um Boeing 737-800 da Air India na cidade indiana de Mangalore, em maio, matando 152 passageiros e seis tripulantes. Em segundo lugar, está a queda de um Airbus A321 da companhia Airblue em Islamabad (Paquistão), em julho, que deixou 146 passageiros e seis tripulantes mortos.
Depois, vêm o acidente com o Airbus A330 da Afriqiyah, ocorrido em maio em Trípoli (Líbia), matando 93 passageiros e 11 tripulantes, e a queda do Boeing 737-800 da Ethiopian Airlines, que matou 82 passageiros e oito tripulantes em Beirute (Líbano), em janeiro.
Estes quatro desastres foram responsáveis pelas mortes de 472 passageiros, ou 65% do total de vítimas fatais em acidentes com aviões de carreira no ano passado.
O estudo contabiliza apenas um acidente aéreo fatal no Brasil em 2010. Em janeiro, a queda de um Bandeirante no município de Senador José Porfírio (PA) matou um passageiro e um tripulante. O aparelho, que pertencia a uma empresa de táxi aéreo, tinha 10 ocupantes.
O diretor da Ascend Paul Hayes acredita que, a exemplo do resto do mundo, a segurança aérea aumentou no Brasil nos últimos anos, mesmo com dois grandes acidentes ocorrendo em um curto período (a queda do voo 1907 da Gol, na Amazônia, em outubro de 2006, e o desastre do voo 3054 da TAM em São Paulo, em julho de 2007).
'Trinta anos atrás, havia um ou dois acidentes fatais a cada ano no Brasil, mas muito menos voos sendo operados. Hoje, com um tráfego aéreo muito maior, há menos acidentes', disse Hayes à BBC Brasil.
O diretor da Ascend afirma que o maior risco em termos de segurança aérea no Brasil reside nos voos de aviões pequenos operados entre cidades do interior, principalmente na região amazônica, onde as pistas de pouso têm pouca infraestrutura.
No entanto, Hayes diz que a América Latina é uma das regiões mais seguras para se voar no mundo, atrás dos Estados Unidos, da Europa Ocidental e do leste da Ásia, em países como Japão e Coreia do Sul.