segunda-feira, 13 de maio de 2013

Após ofensas, alunos da USP farão protesto com homens vestindo saia


Estudantes da USP organizam protesto com homens vestindo saia na Cidade Universitária e nos campi da Each, da Faculdade São Francisco, de São Carlos e de Riberão Preto (Foto: Reprodução)
Em apoio ao estudante Vitor Pereira, que foi ofendido pela internet depois de vestir saia para ir à aula no campus da Universidade de São Paulo (USP) na Zona Leste, estudantes da instituição preparam nesta semana um "saiaço", protesto contra a discriminação no qual homens vestirão saias e mulheres vestirão roupas convencionalmente atribuídas a homens. Até agora, cinco campi já aderiram à manifestação simultânea, marcada para as 18h desta quinta-feira (16): Cidade Universitária, São Francisco e Leste (na capital), São Carlos e Ribeirão Preto. No último dia 4, reportagem do G1 mostrou que o estudante de 20 anos, calouro do curso de têxtil e moda da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), decidiu ir de saia para a faculdade. Após a reportagem, Vitor afirmou que chegou a receber ofensas de internautas em seu Facebook, mas que, na faculdade, recebeu a aprovação dos colegas. A ideia do "saiaço" surgiu entre estudantes do campus da USP na Cidade Universitária, na Zona Oeste de São Paulo. "Eu fiquei estupefato", contou ele ao G1 nesta segunda-feira (13). Ele afirma que se surpreendeu com a adesão de campi da instituição no interior do estado, como na USP de São Carlos e em Ribeirão Preto. Por isso, ele decidiu capitanear o protesto na USP Leste, ao lado de um colega de faculdade. No total, cinco eventos foram criados no Facebook e já reúnem mais de 2.500 pessoas. No convite, os alunos e alunas chamam os garotos a vestirem saias e as garotas a vestirem gravatas e outras peças de roupa atribuídas ao homens. No evento com o maior número de estudantes, e com a maior adesão --mais de 2.200 pessoas--, as organizadoras e organizadores afirmam que a ideia é promover um "dia de reflexão sobre os estereótipos de gênero". O plano é reunir os manifestantes para uma foto na Praça do Relógio, um dos principais símbolos do campus e, depois, comemorar o evento no bandejão universitário ou na cervejada tradicional que estudantes da Escola de Comunicações e Artes (ECA) organizam às quintas-feiras.