quinta-feira, 4 de agosto de 2016

A Justiça faz eu me sentir impotente

Ontem (02/08/2016), no Forum de Joinville, acompanhando o julgamento do caso que levou meu filho a perder a vida, fiquei pensando: 
-Quanto vale uma vida?
-Quanto vale uma amizade?
-Até que ponto quem sorri conosco no momento de alegria está disposto a sustentar aquele sentimento de amizade pelo resto da vida?

Sei que milhares de homens e mulheres de bem estiveram comigo e com minha família e sofreram conosco neste período, isto nos conforta e ajuda demais.

Foi o maior velório que ví na vida, meu filho merecia mesmo, sempre tão alegre e rodeado de tanta gente, até na hora da partida ele só poderia estar rodeado de tanta gente que veio para se despedir.
Ali sentado naquela sala, me veio à cabeça que se fosse ele o responsável, seria o primeiro a querer fazer o possível e o impossível para reparar a dor que provocou em duas famílias.
Hoje sou obrigado a cuidar com as palavras que uso aqui porque na tarde de ontem a Justiça me deu mostras de que é (falha).
Há uma cadeia de acontecimentos e atitudes nos Poderes que beneficiam o infrator:
-O Governo não dá verba suficiente para a Delegacia de Trânsito investigar.
-Quem investiga, o faz de forma precária e sem profundidade.
-Por não ter lugar nas cadeias, o judiciário prefere soltar (vide a ordem do Juiz de Joinville para soltar alguns detentos, onde um destes, ao sair da prisão assassinou um pai de família trabalhador no Jardim paraíso no mês passado). Agora eu me questiono: Quem o soltou está sustentando aquela família que perdeu o pai?

Estão vendo o vermelho na porta do carro? Infelizmente não é tinta, é o sangue do meu filho. Trabalhou o sábado todo na empresa, fez serão porque ajudava a família e veio pra casa descansar. Foram buscar ele em casa para ir numa festa. No julgamento......
Resta-nos louvar a Deus pelo homem que meu filho foi e sempre será em nossos corações.